sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Rinaldo Cardoso deixou na Universidade de Pernambuco marcas de expressões que só quem tem compromisso com a dimensão ética, social e política consegue deixar

Por Maria Auxiliadora Leal Campos

Não sei porque, tenho hábito de vincular meus sentimentos às experiências de pessoas que conseguiram existir no seu verdadeiro sentido da palavra, o de sair de si. Rinaldo Cardoso deixou na Universidade de Pernambuco marcas de expressões que só quem tem compromisso com a dimensão ética, social e política consegue deixar. É por essas marcas que mexem com os meus sentimentos e de muitas outras pessoas que também foram tocadas por seu testemunho, que precisamos nos empenhar em não deixar que sua existência seja esquecida e sua luta ignorada.

 Há duas formas de fazer memória de uma pessoa: uma é a nostálgica, a outra é memória audaz que retoma o legado deixado e se revive para hoje. Em se tratando de Rinaldo, cabe as duas formas nas nossas memórias, destacando a sua amorosidade, tanto como amigo, quanto como militante.

Tenho certeza que, muitos dos que fazem a UPE não conhecem sua trajetória, muito menos as pessoas que se envolveram até transformar a antiga FESP na Universidade de Pernambuco. Por isso, advogo a necessidade de se promover meios, como este evento, que possibilitem, especialmente para aqueles que entraram na instituição recentemente, conhecer para gostar e se motivar em “vestir sua camisa” e dar continuidade ao processo de luta. Afinal, ainda temos muito o que crescer.

  No ano de 1990, ainda quando FESP, Rinaldo procurou unificar os Professores, que, naquele momento, atuavam em Unidades espalhadas no interior e na capital e tinham formas de trabalho e salários diferenciados. Nessa luta, motivou-se em criar e presidir a ADUFESP,  considerando que, concomitante à reorganização do sistema interno, precisava articular a mobilização para junto ao Governo do Estado avançar para atingir a meta de transformar a Fundação na primeira Universidade Pública de Pernambuco.

 Em 1993, na Unidade de Garanhuns, foi discutido e formalizado o Projeto de carreira dos Professores. Ou seja, havia preocupação em caminhar com a reestruturação interna da FESP, no sentido de fazer avançar o processo político para se tornar Universidade.

Em 1995, consolidado o processo de Universidade, a ADUFESP transformou-se em ADUPE. A luta foi intensa em mobilizar as entidades representativas da nova Universidade, daí foi organizado o Fórum UPE, do qual integravam as representações dos segmentos dos Docentes, Servidores Técnicos-Administrativos e alunos (ADUPE, SINDUPE e DCE) para discutir o estatuto da UPE.

Diante de suas realizações, posso dizer que Rinaldo Cardoso foi e continua sendo inspiração por meio de suas qualidades e de seus atos, que continua transmitindo força, segurança e determinação que conseguem resistir nas suas memórias. Essa capacidade de lidar com desafios, abalos e mudanças foi fulcral para deixar as necessárias marcas na história da Universidade de Pernambuco.

 Rinaldo! Presente, presente, presente...

Auxiliadora Campos é docente do Campus UPE Mata Norte e foi presidente da Adupe

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