Rinaldo Cardoso deixou na Universidade de Pernambuco marcas de expressões que só quem tem compromisso com a dimensão ética, social e política consegue deixar
Por Maria Auxiliadora Leal Campos
Não sei
porque, tenho hábito de vincular meus sentimentos às experiências de pessoas
que conseguiram existir no seu verdadeiro sentido da palavra, o de sair de si.
Rinaldo Cardoso deixou na Universidade de Pernambuco marcas de expressões que
só quem tem compromisso com a dimensão ética, social e política consegue
deixar. É por essas marcas que mexem com os meus sentimentos e de muitas outras
pessoas que também foram tocadas por seu testemunho, que precisamos nos
empenhar em não deixar que sua existência seja esquecida e sua luta ignorada.
Há duas
formas de fazer memória de uma pessoa: uma é a nostálgica, a outra é memória
audaz que retoma o legado deixado e se revive para hoje. Em se tratando de
Rinaldo, cabe as duas formas nas nossas memórias, destacando a sua amorosidade,
tanto como amigo, quanto como militante.
Tenho
certeza que, muitos dos que fazem a UPE não conhecem sua trajetória, muito
menos as pessoas que se envolveram até transformar a antiga FESP na
Universidade de Pernambuco. Por isso, advogo a necessidade de se promover
meios, como este evento, que possibilitem, especialmente para aqueles que
entraram na instituição recentemente, conhecer para gostar e se motivar em
“vestir sua camisa” e dar continuidade ao processo de luta. Afinal, ainda temos
muito o que crescer.
No ano
de 1990, ainda quando FESP, Rinaldo procurou unificar os Professores, que,
naquele momento, atuavam em Unidades espalhadas no interior e na capital e
tinham formas de trabalho e salários diferenciados. Nessa luta, motivou-se em
criar e presidir a ADUFESP, considerando
que, concomitante à reorganização do sistema interno, precisava articular a
mobilização para junto ao Governo do Estado avançar para atingir a meta de
transformar a Fundação na primeira Universidade Pública de Pernambuco.
Em
1993, na Unidade de Garanhuns, foi discutido e formalizado o Projeto de
carreira dos Professores. Ou seja, havia preocupação em caminhar com a
reestruturação interna da FESP, no sentido de fazer avançar o processo político
para se tornar Universidade.
Em 1995, consolidado o processo de Universidade, a ADUFESP
transformou-se em ADUPE. A luta foi intensa em mobilizar as entidades
representativas da nova Universidade, daí foi organizado o Fórum UPE, do qual
integravam as representações dos segmentos dos Docentes, Servidores
Técnicos-Administrativos e alunos (ADUPE, SINDUPE e DCE) para discutir o
estatuto da UPE.
Diante de suas realizações, posso dizer que Rinaldo Cardoso
foi e continua sendo inspiração por meio de suas qualidades e de seus atos, que
continua transmitindo força, segurança e determinação que conseguem resistir
nas suas memórias. Essa capacidade de lidar com desafios, abalos e mudanças foi
fulcral para deixar as necessárias marcas na história da Universidade de
Pernambuco.
Auxiliadora Campos é docente do Campus UPE Mata Norte e foi presidente da Adupe
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